domingo, 29 de maio de 2011

Parabéns ao Bechara!

Nas "páginas amarelas" da Revista VEJA de hoje há uma entrevista com um dos mais respeitados gramáticos da língua portuguesa: Evanildo Bechara. Membro da Academia Brasileira de Letras, ele é um propagador do bom uso do português.

Coube a Bechara, nesta entrevista, colocar um ponto final à tola discussão sobre a necessidade do ensino e da exigência da norma culta da língua portuguesa. E ele conseguiu, é claro.

Eis um pequeno trecho da entrevista:
 "Ninguém de bom-senso discorda de que a expressão popular tem validade como forma de comunicação. Só que é preciso que se reconheça que a língua culta reúne infinitamente mais qualidades e valores. Ela é a única que consegue produzir e traduzir os pensamentos que circulam no mundo da filosofia, da literatura, das artes e das ciências. A linguagem popular a que alguns colegas meus se referem, por sua vez, não apresenta vocabulário nem tampouco estatura gramatical que permitam desenvolver ideias de maior complexidade -- tão caras a uma sociedade que almeja evoluir. Por isso, é óbvio que não cabe às escolas ensiná-la." 
Palavras perfeitas!

Quanto à discussão, PONTO FINAL.

3 comentários:

  1. Esse cara é muito bom meeesmo!

    Gabriela

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  2. Discordo do argumento.
    Acredito que a linguagem baseada na gramática tradicional não seja a única linguagem capaz de produzir e traduzir os pensamentos que circulam no mundo do conhecimento. Assim como a linguagem popular, ela deve ser estudada.
    A linguagem popular não é um "vale-tudo" onde tudo acontece e tudo é aceito. Ela possui sim sua gramática, suas concordâncias.
    Também pensava desta maneira, mas hoje, no curso de Letras, vejo que o buraco é bem mais embaixo.
    A questão não é a pobreza da mensagem a ser passada, mas a pobreza intelectual de quem a passa. A linguagem popular não é pobre, pelo contrário, ela apresenta uma estrutura lexical tão completa e complexa quanto a linguagem culta, e as mensagens sempre são transmitidas com perfeita eficiência.
    Se uma língua é falada é porque ela existe. E é exatamente a nossa forma popularizada de falar que contrói as gramáticas, e não as gramáticas que devem construir o nosso modo de falar, afinal, hoje, as gramáticas normativas nos impõe um "você", antigo "vossa mercê", um "o personagem", "a presidenta", "xérox" OU "xerox". Todas essas mudanças, um dia, foram consideradas "erros de português".
    Somos falantes de uma língua repleta de misturas. Misturas que só nos enriqueceram em mais de cinco séculos. E, ao contrário do que dizem por aí, isso não mata a língua: o português é hoje a terceira língua mais falada do Ocidente.

    Abraço, Alexandre.

    Vanessa

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  3. Concordo com a Vanessa.

    Para salientar o que ela falou vale lembrar também que o próprio português, com sua complexidade e riqueza, é descendente de um dialeto considerado vulgar.

    Abraços.

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