quarta-feira, 12 de maio de 2010

Você sabe raciocinar?

Keith Stanovich, professor de desenvolvimento humano e psicologia aplicada da Universiade de Toronto, no Canadá, vem tentando, há vários anos, redefinir a inteligência humana. Stanovich e sua equipe querem chamar a atenção para outras faculdades cognitivas, descritas como ferramentas essenciais do raciocínio. Elas são, segundo esses pesquisadores, igualmente importantes para o julgamento e a tomada de decisões.

Para perceber como capacidade de raciocínio é diferente de inteligência, resolva o seguinte enigma: se cinco máquinas levam cinco minutos para fazer cinco objetos, quanto tempo levaria para 100 máquinas fazerem 100 objetos? A maioria das pessoas instintivamente dá a resposta errada: 100.

Quando essa pergunta foi apresentada, na Escola de Administração da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, para 3400 universitários - incluindo alguns de Harvard e Princeton - apenas 17% acertaram.

Isso provavelmente ocorre, segundo a pesquisa, porque nosso cérebro usa dois sistemas diferentes. Um deles é intuitivo e espontâneo, enquanto o outro é deliberativo e racional. O processamento intuitivo pode ser útil em alguns casos, mas também pode nos fazer tropeçar, por exemplo, quando supervalorizamos nosso egocentrismo. O processamento deliberativo, por outro lado, é importante para resolver problemas dos quais temos consciência e pode nos ajudar a controlar nossas tendências intuitivas, se elas começarem a tomar as rédeas das nossas escolhas.

Para Daniel Kahneman, da Universidade de Princeton, a inteligência é a potência do cérebro, enquanto o raciocínio é o controle. "O ideal é consultar sua intuição e racionalizá-la para ter certeza de que tem uma justificativa para a decisão que está tomando."

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