quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Rei e o Falcão

Gêngis Khan foi um grande rei e guerreiro.
Certa manhã, longe das guerras, saiu cedo de casa, a fim de passar o dia caçando na floresta. O rei levava ao punho seu falcão - ave treinada para a caça.

À tardinha, cansado e com sede, decidiu retornar. Mas eis que, para sua alegria, avistou um pouco de água escorrendo pela beira de uma pedra. Haveria de encontrar a fonte logo acima.
O rei tirou do embornal um cálice de prata. Começou a aparar com ele as gotas que caíam lentamente pela pedra. A água demorava a encher o cálice; e o rei tinha tanta sede que mal podia esperar.

Finalmente, estava quase cheio. Levou-o aos lábios e estava prestes a sorver o primeiro gole.
De repente, um zunido cruzou os ares e o cálice foi derrubado de suas mãos. A água derramou-se toda. Fora seu falcão amestrado.

O rei pegou o cálice e tornou a recolher as gotas de água. Desta vez não esperou tanto tempo. Quando estava pela metade, levou-o à boca. Mas antes que o cálice lhe tocasse os lábios, o falcão deu outro mergulho rasante, derrubando o objeto.

Então o rei começou a ficar zangado. Empreendeu mais uma tentativa, e pela terceira vez o falcão o impediu de beber.
O rei ficou bastante irritado e, mais uma vez, encheu o cálice. O falcão mergulhou e derrubou-lhe das mãos. Mas o rei já esperava por isso. Sacou da espada, e, de um golpe, acertou o pássaro em pleno vôo.

Resolveu então galgar a parede íngreme da rocha para chegar até o lugar de onde a água escorria. A tarefa era árdua; e quanto mais subia, mais sede sentia.

Por fim atingiu o local. E havia, de fato, uma nascente; mas o que era aquilo dentro da poça, ocupando-lhe quase todo o espaço? Uma enorme serpente morta, e das venenosas.
O rei parou. Esqueceu-se da sede. Pensou apenas no pobre pássaro morto, que lhe salvara a vida.

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